terça-feira, 26 de setembro de 2017

Se calhar...

A propósito de armas e munições, às vezes dá-me vontade de rir. Na primeira emboscada em que a minha companhia caiu, quando em serviço na Guiné, perdi logo três granadas que levava penduradas no cinturão, tal foi o entusiasmo e a força com que corri para me proteger junto a uns arbustos que nem protegiam nada. Ao fim e ao cabo nem precisava delas pois a minha missão era o rádio e mantê-lo debaixo de olho assim como ao homem que o transportava à laia de mochila. Não precisei de justificar esse desaparecimento de munições porque, na realidade houve tiroteio forte e feio e, se alguém teve de justificar, não terá tido problemas. Problemas poderia ter tido o comandante de um destacamento onde estive, caso não tivesse inventado um forte ataque “terrorista” no início de um determinado anoitecer. Como ninguém me tinha informado do que se ia passar, (soube depois que foi propositado – para que eu fosse realista ao transmitir a mensagem) dei um salto da cama quando uma granada de morteiro caiu sobre o abrigo e uma rajada de balas sobrevoou os céus, levando-me a demorar algum tempo a acender o candeeiro que era uma garrafa de petróleo. Tinha que avisar de imediato o comando do batalhão, sediado a cerca de 20 km. Enviada a mensagem e dadas as coordenadas do fogo “inimigo”, começaram a voar obuses vindos do lado do batalhão. O pessoal do pelotão ali destacado, que gostava de ir à caça quando lhe dava na mona, viu-se assim dispensado de justificar tanto gasto de munições!!! Agora quando ouço o sr ministro da defesa dizer que se calhar nem houve assalto nenhum aos paióis de Tancos, lembro-me com saudade deste episódio ocorrido lá nas matas da Guiné! E só cá para mim digo que o sr ministro é capaz de ter razão ao dizer que, se calhar, nem houve assalto nenhum!

domingo, 3 de setembro de 2017

Sobre títulos

Reflexões sobre futebol.

O português imparcial vê elementos de “grupos organizados” matar pessoas e vandalizar património de outros clubes (como recentemente em Vila do Conde, onde houve feridos do clube da cidade); vê um jogador do Benfica mandar-se a pés juntos sobre as pernas de um adversário, vê “benficagates” e, das instâncias do poder, só saem castigos para o presidente do Sporting C de Portugal. Eu, não sendo imparcial, vejo que, se o Benfica nunca é castigado nem os seus jogadores nem presidente, é porque o Sporting é um alvo a abater e o seu presidente um grande e corajoso presidente. Os anteriores, por serem submissos ao sistema nunca foram castigados, já que o Sporting não oferecia perigo, estava até a tornar-se um clube simpático. Havia uma “belenencização” do clube de Alvalade, para que houvesse só dois a poder atingir o título. Isso fazia com que,  geralmente, quase nunca chegava um natal sem que o Sporting estivesse já a montes de pontos distante dos rivais! Os homens do apito tratavam de fazer com que assim acontecesse! Nunca esquecerei o que disse uma vez, numa entrevista a um jornal desportivo, o dr Silva Resende ex-presidente da federação portuguesa de futebol e dirigente da Uefa:
Em Portugal, a maioria dos árbitros dizia ser sportinguista para estar mais à vontade nos jogos em que era preciso travar o Leão! Ninguém iria dizer que foi propositado!!!”
Não seria por isso também que Carlos Queiroz disse um dia que era preciso limpar toda a trampa que existia na federação?
Começa pois a estar claro como a água que, para o “sistema”, este presidente do Sporting não interessa!

(jorgegil)