A propósito de armas e munições, às
vezes dá-me vontade de rir. Na primeira emboscada em que a minha
companhia caiu, quando em serviço na Guiné, perdi logo três
granadas que levava penduradas no cinturão, tal foi o entusiasmo e a
força com que corri para me proteger junto a uns arbustos que nem
protegiam nada. Ao fim e ao cabo nem precisava delas pois a minha
missão era o rádio e mantê-lo debaixo de olho assim como ao homem
que o transportava à laia de mochila. Não precisei de justificar
esse desaparecimento de munições porque, na realidade houve
tiroteio forte e feio e, se alguém teve de justificar, não terá
tido problemas. Problemas poderia ter tido o comandante de um
destacamento onde estive, caso não tivesse inventado um forte ataque
“terrorista” no início de um determinado anoitecer. Como ninguém
me tinha informado do que se ia passar, (soube depois que foi
propositado – para que eu fosse realista ao transmitir a mensagem)
dei um salto da cama quando uma granada de morteiro caiu sobre o
abrigo e uma rajada de balas sobrevoou os céus, levando-me a demorar
algum tempo a acender o candeeiro que era uma garrafa de petróleo.
Tinha que avisar de imediato o comando do batalhão, sediado a cerca
de 20 km. Enviada a mensagem e dadas as coordenadas do fogo
“inimigo”, começaram a voar obuses vindos do lado do batalhão.
O pessoal do pelotão ali destacado, que gostava de ir à caça
quando lhe dava na mona, viu-se assim dispensado de justificar tanto
gasto de munições!!! Agora quando ouço o sr ministro da defesa
dizer que se calhar nem houve assalto nenhum aos paióis de Tancos,
lembro-me com saudade deste episódio ocorrido lá nas matas da
Guiné! E só cá para mim digo que o sr ministro é capaz de ter
razão ao dizer que, se calhar, nem houve assalto nenhum!
terça-feira, 26 de setembro de 2017
domingo, 3 de setembro de 2017
Sobre títulos
Reflexões sobre futebol.
O português
imparcial vê elementos de “grupos organizados” matar pessoas e
vandalizar património de outros clubes (como recentemente em Vila do
Conde, onde houve feridos do clube da cidade); vê um jogador do
Benfica mandar-se a pés juntos sobre as pernas de um adversário,
vê “benficagates” e, das instâncias do poder, só saem
castigos para o presidente do Sporting C de Portugal. Eu, não sendo
imparcial, vejo que, se o Benfica nunca é castigado nem os seus
jogadores nem presidente, é porque o Sporting é um alvo a abater e
o seu presidente um grande e corajoso presidente. Os anteriores, por
serem submissos ao sistema nunca foram castigados, já que o Sporting
não oferecia perigo, estava até a tornar-se um clube simpático.
Havia uma “belenencização” do clube de Alvalade, para que houvesse só
dois a poder atingir o título. Isso fazia com que, geralmente, quase
nunca chegava um natal sem que o Sporting estivesse já a montes de
pontos distante dos rivais! Os homens do apito tratavam de fazer com
que assim acontecesse! Nunca esquecerei o que disse uma vez, numa
entrevista a um jornal desportivo, o dr Silva Resende ex-presidente
da federação portuguesa de futebol e dirigente da Uefa:
“Em
Portugal, a maioria dos árbitros dizia ser sportinguista para estar
mais à vontade nos jogos em que era preciso travar o Leão! Ninguém
iria dizer que foi propositado!!!”
Não seria
por isso também que Carlos Queiroz disse um dia que era preciso
limpar toda a trampa que existia na federação?
Começa pois
a estar claro como a água que, para o “sistema”, este presidente
do Sporting não interessa!
(jorgegil)
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