Depois do jogo com o Porto, o treinador
do Sporting, como que a justificar porque não conseguiu vencer,
disse que nos últimos tempos fizeram 7 jogos em 22 dias,
praticamente um jogo de 3 em 3 dias. Mas, então, o jogo não é a
sua profissão? Não treinam todos os dias e treinar não é correr
atrás da bola e fazer exercícios com ou sem ela? Não me parece boa
desculpa e, por isso, vêm-me à memória aqueles jogos que a
rapaziada da Moita fazia no “campo das covas” ali entre as
Oliveiras Grossas e o Bairro de Sta Maria: Era jogar desde o meio da
tarde até às 22 horas quando o efeito do sol ainda dava claridade
ou, desaparecida essa, ficava no seu lugar uma horazita de luar!!! Se
estávamos cansados, nem dávamos por isso, se os joelhos estavam a
sangrar nem dávamos por isso e até o jantar era esquecido!
Descíamos a ladeira da igreja, atravessávamos um carreiro que
existia do lado esquerdo na estrada que leva ao Cardal,
atravessávamos umas hortas, a linha férrea e, pronto, estávamos na
nossa academia! Tínhamos entre 12 e 15 anos e não eram 7 jogos em
22 dias, eram 30 em 30 dias!!! E eram 30 jogos de 7 horas cada um!!!
E fazia muito calor! E não se falava em aquecimento global!
Outra coisa em que o sr J.Jesus deveria
pôr os olhos era naquele grupo de jovens que, na noite de 3 de
Outubro, há precisamente 54 anos, andou toda a noite num baile e
depois, meio ensonado e meio com copos foi aliviar as pernas nas
carruagens que ali estavam paradas na estação do Entronca-mento, a
poucas horas de entrarem em ação nas pistas do antigo estádio de
Alvalade! Claro que o resultado da participação no torneio de
atletismo que então se realizava não foi brilhante mas, ainda
assim, deu para que o clube reparasse em nós pois tivemos dois
atletas que receberam mais tarde convites para treinar!
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